OUÇAS... COM O CORAÇÃO

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Coração de Pedra

Não procurava nada, nem ninguém, estava apenas de passagem quando cheguei e não a percebi alí, mas era certo que lá já estava a muito tempo.
Não a conhecia e nem procurei saber o que fazia. Cansado. Fatigado talvez. Fiquei a matar o tempo.
Foi um daqueles momentos em que precisamos "parar", então o fiz.
Foi então que fitei-te e vi através dos teus olhos um mundo que não para, dia e noite, noite e dia, ao som do tic e tac do relógio o Caos pode vir a tomar conta das nossas vidas.
Me dei conta de como estava perdido em meus anseios de vida e sem qualquer intenção de olhar em volta, até então.
Mas percebi que em meio a este Caos, você estava só, distante dos seus, como que por destino traçado por homens que pensam ser detentores do conhecimento e intenções de seu próprio coração.
Me vendo em tí e como que despertando em minha curiosidade me aproximei mais.
Não pude tocar-te mas pude sentir-te e ouvi tudo que podia me dizer, mesmo na ausência de palavras.
Aprendi muito naquela tarde e ao ir embora me despedi com apenas um olhar, agora um olhar mais atento.
Deixei-te novamente só naquela praça e como quem descobre novamente a sí mesmo fui-me em paz.
Percebí que meu coração não era de pedra como o teu, se é que podemos dizer que havia um coração neste teu corpo maciço de concreto, ainda assim, por vezes endurecidos, vivemos neste mundo de Caos e deixamos de perceber a beleza, os prazeres, a simplicidade da vida a nossa volta.
Precisei conversar com uma estátua em uma praça pública para perceber isso.

Loucura?
-Não!

"Carpe Diem" meus amigos.




Nenhum comentário: