OUÇAS... COM O CORAÇÃO

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Mais um dia

Por hoje não sei bem o que postar.
Ainda estou em meio a um turbilhão de pensamentos,
os sentimentos ainda a flor da pele,
e a ansiedade batendo a porta pedindo para entrar.
Um misto de felicidade, alegria e ainda assim...
medo.
Medo de falhar, de não conseguir o que desejo.

Mas estou ignorando o medo.
Estou procurando olhar para o que me acontece de bom, para as mudanças que me ocorreram recentemente e que me fazem feliz.
Embora...

Bem,
Deixar-me-ei por agora sonhar.
Nos sonhos posso fazer tudo, posso ter tudo, posso ter quem eu...

Ou até, se bem me lembro de um lugar nesse momento é para lá que eu vou.


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90 Manuel Bandeira: sua vida e sua obra estão em "Biografias".

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